29 de set. de 2010

As 7 pregas do Hakamá


O HAKAMA possui sete pregas (5 na frente e 2 atrás) cada prega significa uma virtude que todo bushi (guerreiro) ou artista marcial deve cultivar, são elas:

1.Yuki = coragem, valor, bravura
2.Jin = humanidade, caridade, benevolência
3.Gi = justiça, retidão, integridade
4.Rei = etiqueta, cortesia, civilidade
5.Makoto = sinceridade, honestidade, realidade
6.Chugi = lealdade, fidelidade, devoção
7.Meyo = honra, reputação, dignidade, prestígio


"Nós encontraremos essas qualidades nos distintos samurais do passado. O hakamá nos leva a refletir sobre a natureza do verdadeiro bushido." (O-Sensei Morihei Ueshiba)

28 de set. de 2010

Katori Shinto ryu


Katori Shinto Ryu, cujo nome oficial é Tenshin shoden Katori Shinto Ryu, é um estilo antigo (Koryu) de Budo criado por Iizasa Choisai Ienao durante o período Muromachi.
O Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu é a única forma de artes marciais reconhecida como Tesouro Nacional (Bunkasai) pelo governo Japonês.

Origem do estilo

A versão mais aceita para a origem do estilo é que um famoso guerreiro, já idoso, Iizasa Choisai Ienao ficou mil dias e mil noites treinando as suas técnicas, até que surgiu uma divindade (kami) junto a uma árvore (que supostamente ainda está de pé junto ao templo de Katori), que lhe transmitiu o conhecimento das técnicas mais supremas do estilo.
Este é um dos estilos mais antigos e tradicionais que se tem notícia, criado há mais de 500 anos e um dos poucos estilos dessa época que possuem uma sólida documentação acerca da sua linhagem desde a fundação.
O representante atual do estilo (Soke) ainda é um membro da família Iizasa, embora não pratique o estilo. Em seu lugar, há um instrutor-chefe (Shihan) Otake Risuke que rege toda a parte técnica do estilo.
Este estilo é considerado o estilo mais antigo (Koryu) registrado de Budo (artes guerreiras japonesas), tendo sido a origem para inúmeras derivações. Dois, entre muitos, estilos famosos que surgiram a partir do Katori Shinto são o Kashima Shinto Ryu, criado por Tsukahara Bokuden, e Tennen Rishin Ryu, criado por Kondo Kuranosuke e popularizado como o estilo do Shinsengumi.
Hoje em dia, a escola mantém o tradicional protocolo de admissão, o qual o canditato interessado em estudá-la, deverá realizar o Keppan (juramento de ingresso), firmando com seu próprio sangue um documento em que aceita as normas etabelecidas pelo fundador da escola, o Mestre Iizasa Choisai Ienao, há mais de 600 anos.

Currículo do estilo

Este estilo é um estilo de Sôgô Bujutsu com um curriculo abrangente de Budo clássico, contemplando não apenas técnicas de katana (iai-batto-ken-jutsu), mas também de naginata, yari, bo, Kodachi, Ryoto, shuriken entre outras armas, além de estudos de construção de castelos, ninjutsu e onmyôjutsu, o equivalente à magia/astrologia japonesa.

Locais de prática

Este estilo está presentemente sediado na região de Kanto, no Japão (Hombu Dojo), estando intimamente relacionado com o templo de Katori na província de Chiba.

Técnicas do estilo

As técnicas do Katori Shinto Ryu são famosas por serem dinâmicas, com movimentos em alta velocidade e golpes extremamente precisos. Representam o combate como era feito na época dos Samurais.

O estilo ensina uma grande variedade de técnicas, como Kenjutsu (espada longa, espada curta e duas espadas), Iaijutsu, Sojutsu (lança), Bojutsu (bastão) e Naginatajutsu, entre outros.


Kenjutsu - Combate com a espada
-Tachi (espada longa)
Omote no Tachi - 4 Katas básicos
Gogyō no Tachi - 5 Katas avançados
Gokui Shichijo no Tachi - 3 Katas avançados adicionais
-Kodachi (espada curta)
Gokui no Kodachi - 3 katas
-Ryoto (duas espadas)
Ryoto - 4 katas

Iaijutsu - Técncias de saque da espada em combate
Omote no Iai - 6 katas básicos
Tachiai Battōjutsu - 5 Katas em pé
Gokui no Iai - 5 Katas avançados

Naginatajutsu - Alabarda
Omote no Naginata - 4 katas básicos
Gokui Shichijo no Naginata - 3 katas avançados

Bojutsu - Bastão longo
Omote no Bō - 6 katas básicos
Gogyo no Bō - 6 katas avançados

Sojutsu - Lança
Omote no Yari - 6 katas

Shurikenjutsu - Arremesso de lâminas
Omote no Shuriken - 7 formas
Gogyo no Shuriken - 8 formas
Gokui no Shuriken - 9 formas

Jujutsu - combate desarmado
Gokui no Jūjutsu - 36 katas


Referência para a postagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Katori_Shinto_Ryu
http://www.katorishintoryu.org.br/

Katori Shinto ryu: Yoshio Sugino Sensei

26 de set. de 2010

O Homem Universal (Albert Einstein)


Um ser humano é parte de um todo chamado por nós de "Universo", uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experiência a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos, como alguma coisa separada do resto - uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma forma de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas próximas. Nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos dessa prisão alargando nossos círculos de compaixão para envolver todas as criaturas vivas e o todo da natureza em sua beleza.

Retirado do livro: O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, Autor: Songyal Rinpoche

23 de set. de 2010

Mente Grande/Mente Pequena


Para nos ajudar a compreender que não somos aquilo que pensamos, os ensinamentos de Buda fazem uma distinção entre o que é chamado de Grande Mente, ou Mente Natural,e a "mente pequena" ou mente comum e iludida. A mente pequena ou iludida é a mente habitual, barulhenta, imprevisível e constantemente fora de controle. É a nossa mente finita, conceitual, racional, discursiva, pensante. A mente iludida tem muitos impulsos e necessidades, ela deseja muitas coisas. Está quase sempre confusa, atravessa flutuações constantes de ânimo e é muito inquieta. Fica com raiva, deprimida ou hiperativa. Alguns textos tradicionais antigos chamam esta mente pequena de "mente de macaco", e a descrevem como um cavalo selvagem e indomável, ou então como um pequeno macaco simpático mas totalmente caótico, pulando de árvore em árvore, procurando satisfação nos lugares errados. O que se quer dizer com Grande Mente é a natureza essêncial da mente. È isso que chamamos de natureza búdica ou mente natural. Essa é a nossa verdadeira natureza - a consciência pura e ilimitada que reside no coração, e que é parte integrante de todos nós. O Buda a descreveu como imóvel, clara, lúcida, vazia, profunda, simples (descomplicada) e em paz. Na verdade, não é aquilo que chamamos habitualmente de nossa mente. Isto é Rigpa, o cerne da iluminação. È a nossa cota de Nirvana aqui na terra.
O Dzogchen ensina que tudo o que precisamos fazer para nos tornar iluminados é reconhecer e repousar nesse estado mental natural. No zen eles chamam isto de mente original. È a percepção crua, nua, e não algo que aprendemos ou fabricamos. Isto é o Buda interior - a presença perfeita na qual podemos confiar. Despertar esta mente natural, esta natureza búdica, é sobre o que a meditação se ocupa.



Retirado do livro: O Despertar do Buda Interior, autor: Lama Surya Das, editora Rocco

22 de set. de 2010


"Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar." Guimarães Rosa

21 de set. de 2010

Palavras do Buda


A mente é instável e caprichosa, difícil de ser vigiada; é ligeira, corre sempre para onde lhe apraz; dominá-la é grande bem; é uma fonte de grande alegria.

19 de set. de 2010

História do Mugai ryu kenjutsu


Mugai Ryu

O fundador da Mugairyu, Tsuji Gettan Sukemochi nasceu em 1648 no que hoje é província de Shiga. Quando ele tinha 13 anos ele foi para Kyoto para estudar o estilo Yamaguchi de kenjutsu com Yamaguchi Bokushinsai.

Em 26 anos de idade ele foi certificado como um professor de Yamaguchiryu e com a permissão do governo Edo, ele abriu uma escola Yamaguchiryu em Kojimachi em Edo (Tóquio).
No entanto, ninguém queria estudar com um professor do campo desconhecido de espada e poucos estudantes vieram a aprender na sua escola.
Tsuji Gettan percebeu que exigiam um nível academico mais espiritual, e então ele passou a estudar a filosofia chinêsa e Zen sob orientação do monge Sekitan no Templo Kyukoji em Azabu.

Após monge Sekitan falecer, Gettan continuou a sua prática Zen com o segundo chefe sacerdote Shinshu, e na idade de 45 anos alcançou a iluminação. Após esse periodo de estudo do Zen, Tsuji Gettan Sukemochi fundou o Mugai ryu em 1693. O ryu mantém tanto iaijutsu e kenjutsu no seu currículo, e tem uma forte ligação com o Zen, devido à crença de Gettan que a espada e o Zen são o mesmo caminho para alcançar a Verdade. O nome "mugai" foi tirado de um poema zen chinês:


一 法 実 无 外

乾坤 得 一 贞
吸 毛 方 纳 密
动 着 则 光 精

"Ippo jitsu mugai
Kenkon ichijoo e
Suimo masani mitsuni osamu
Dochaku sureba hikari kiyoshi"


“Não existe nada além do único e verdadeiro caminho
O céu e a Terra se beneficiam desta Virtude unica
A pena esvoaçante sabe este segredo
Estar seguro durante a confusão é estar iluminado e puro"


Devido aos 20 anos de dedicação espiritual, Gettan não era conhecida apenas como um mestre da espada, mas também como filósofo erudito e estudioso. Seus escritos Mugai Shinden Kempo ketsu 无 外 真 伝 剣 诀 é reconhecido como um livro magnífico e único na literatura das artes marciais do Japão pela sua profundidade, com um estilo fluente e composição elegante.

No Templo Kyukoji estava em frequente contato com muitos senhores poderosos da época, incluindo o Senhor Ogasawara Sado, Sakai Kageyu Tadataka, líder do clã Umayabashi, e o líder do clã Tosa, Yamanouchi Toyomasa.

No ano de 1695 a casa de Gettan foi destruída pelo fogo, o número exato de seus discípulos é desconhecido, mas sabe-se que nos 14 anos até 1710 os seus alunos incluiram 32 famílias dos grandes senhores, 156 discípulos de alto escalão, e 930 outros estudantes.

Quando Gettan estava com 61 anos, por intermédio do Senhor Sakai foi agendado uma apresentação à frente do quinto shogun Tsunakichi, mas infelizmente Shogun Tsunakichi faleceu antes Gettan ter uma audiência com ele. No entanto, para um instrutor de espada ser convidado para ter uma audiência com o shogun naquela época era um feito incrível.

Como um mestre da espada e discípulo de Zen, Gettan sentiu que a espada e o Zen eram inseparáveis, como explicou em sua obra seminal sobre o verdadeiro significado de Mugairyu. Qualquer um que queria aprender Mugairyu tinha que primeiro se tornar um aluno proficiente de Zen antes que Gettan ensinar-lhe o kenjutsu.

E em 1728, com a idade de 79, no mesmo dia do mesmo mês que o monge zen Sekitan faleceu, Gettan passou tranquilamente em outro mundo em meditação profunda, com seu rosário na mão esquerda e sua hossu em sua direita.

17 de set. de 2010

Contos Zen: O Céu e o Inferno


Um guerreiro samurai, conta uma velha história japonesa, certa vez desafiou um mestre Zen a explicar o conceito de céu e inferno.

Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:

- Não passas de um rústico… não vou desperdiçar meu tempo com gente da tua laia!

Atacado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, sacando a espada da bainha, berrou:

- Eu poderia te matar por tua impertinência

- Isso - respondeu calmamente o monge - é o inferno.

Espantado por reconhecer como verdadeiro o que o mestre dizia acerca da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou a espada e fez uma mesura, agradecendo ao monge a revelação.

- E isso - disse o monge - é o céu.

15 de set. de 2010

Deter sua mente...



"Deter sua mente não quer dizer parar as atividades da mente.
Quer dizer que sua mente impregna todo o seu corpo. Com essa mente plena você forma o mudra com as mão."

Shunryu Suzuki

13 de set. de 2010

Poemas do Caminho (O-Sensei Ueshiba Morihei)

Sinceridade!
Cultive essa virtude
e compreenda
a verdade porfunda de que
o oculto e o manifesto são um.

11 de set. de 2010

Olhando da Maneira Correta


Havia em uma aldeia uma velha chamada "mulher chorosa" pois todos os dias, chovendo ou
fazendo sol, ela sempre estava chorando. Ela vendia bolinhos na rua, e um monge sempre
passava por ela quando ia ao grande templo para os ritos. Um dia, curioso, ele lhe perguntou:
"Sempre que passo, seja em belos dias ensolarados, seja em suaves dias chuvosos, vejo a
senhora chorando. Por que isso acontece?"
"Tenho dois filhos," ela respondeu, "Um faz delicadas sandálias, o outro guarda-chuvas.
Quando faz sol, penso que ninguém comprará os guarda-chuvas de meu filho, e ele e sua
família vão passar necessidades. Quando chove, penso no meu filho que faz sandálias, e que
ninguém vai comprá-las. Então ele também vai ter dificuldade para sustentar sua família."
O monge sorriu e disse:
"Mas... a senhora deveria ver as coisas de forma correta. Veja: quando o sol brilha, seu filho
que faz sandálias venderá muito, e isso é muito bom! Quando chove, seu filho que faz guardachuvas
venderá muito, e isso é também muito bom!"
A velha olhou-o com alegria e exclamou:
"Tem razão!"
Desde então a velha passa todos os dias, chovendo ou fazendo sol, sorrindo feliz.

9 de set. de 2010

Posturas para meditação silenciosa

Palavras do O-Sensei Morihei Ueshiba

Para descobrir a verdade e atingir o poder supremo do universo, há três formas de treinamentoque devem ser empreendidas simultaneamente. Você precisa disciplinar a mente a fim de harmonizar-se com o movimento do universo, precisa exercitar o corpo a fim de harmonizar-se com o movimento do universo, e precisa treinar o ki, o poder de espírito que unifica a mente e o corpo, a fim de harmonizar-se com o movimento do universo.

Energia - Ki


Na cultura oriental o conceito de Energia , Ki em japonês ou chi em chinês, é fundamental e está enraizado no dia a dia das pessoas. Nas artes marcias, na medicina tradicional oriental, incluindo acupuntura, chi chung e muitas outras técnicas, um bom domínio do Chi ou Ki é sinal de maestria do praticante.Porém definir o que seria Ki-energia é muito difícil.
Um texto taoista do século VII de autoria de Hobokushi, filósofo taoista chinês, diz:

- O ki está dentro e fora de qualquer ser humano e não há nada tanto no céu quanto na terra que não possua o ki.
- o ki é a base da criação e o fator determinante da existência. Sem o ki não pode existir vida.

O ideograma ki ("氣") na sua forma tradicional atual é uma junção da imagem do “vapor (气) junto com arroz (米), podemos interpretar assim como uma energia que dá a vida, já que o arroz é um dos alimentos básicos da China.

Segundo a crença, Ki tem um papel importante em tudo o que fazemos. Para favorecer o equilíbrio orgânico e espiritual, pode ser acumulada e guiada pela mente. Os chineses levam muito a sério a Ki, que chamam de Tchi (dependendo do sistema de romanização pode ser escrito Qi, Chi ou Ch'i). Estudaram a energia Ki por centenas de anos e descobriram que há vários tipos diferentes de Ki.

6 de set. de 2010

A espada faiscante do mestre Terada

Um jovem espadachim chamado Shirai foi desafiar o velho mestre Terada. Outros espadachins juravam que a ponta da espada de madeira de Terada faiscava, e Shirai, ao defrontar-se com Terada, descobriu que isso não era boato - ele foi sacudido por um choque do poder do Ki e ficou paralisado no mesmo instante. Shirai tornou-se discipulo fiel de Terada e por fim chegou a compreender os mistérios do Ki.Quando os oponentes avançavam, Shirai assumia uma postura carregada de ki e os imobilizava com uma onda de Ki emitida pela ponta da sua bokken (espada de madeira). Ele era imbatível!

5 de set. de 2010

Ensinamento Zen


"Ao despertar para o instante presente, compreendemos que o infinito está no finito de cada momento."

3 de set. de 2010

Poemas do Caminho (O-Sensei Ueshiba Morihei)


"Forje o espírito
de acordo com a vontade divina;
busque a luz e o calor
da Espada Universal
e siga em direção à iluminação".

Palavras do Buda: Esforço Correto

Com esforço prolongado e sinceridade,
disciplina e autocontrole,
O sábio se torna como uma ilha,
Que nenhuma enchente consegue inundar.

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