23 de set. de 2010

Mente Grande/Mente Pequena


Para nos ajudar a compreender que não somos aquilo que pensamos, os ensinamentos de Buda fazem uma distinção entre o que é chamado de Grande Mente, ou Mente Natural,e a "mente pequena" ou mente comum e iludida. A mente pequena ou iludida é a mente habitual, barulhenta, imprevisível e constantemente fora de controle. É a nossa mente finita, conceitual, racional, discursiva, pensante. A mente iludida tem muitos impulsos e necessidades, ela deseja muitas coisas. Está quase sempre confusa, atravessa flutuações constantes de ânimo e é muito inquieta. Fica com raiva, deprimida ou hiperativa. Alguns textos tradicionais antigos chamam esta mente pequena de "mente de macaco", e a descrevem como um cavalo selvagem e indomável, ou então como um pequeno macaco simpático mas totalmente caótico, pulando de árvore em árvore, procurando satisfação nos lugares errados. O que se quer dizer com Grande Mente é a natureza essêncial da mente. È isso que chamamos de natureza búdica ou mente natural. Essa é a nossa verdadeira natureza - a consciência pura e ilimitada que reside no coração, e que é parte integrante de todos nós. O Buda a descreveu como imóvel, clara, lúcida, vazia, profunda, simples (descomplicada) e em paz. Na verdade, não é aquilo que chamamos habitualmente de nossa mente. Isto é Rigpa, o cerne da iluminação. È a nossa cota de Nirvana aqui na terra.
O Dzogchen ensina que tudo o que precisamos fazer para nos tornar iluminados é reconhecer e repousar nesse estado mental natural. No zen eles chamam isto de mente original. È a percepção crua, nua, e não algo que aprendemos ou fabricamos. Isto é o Buda interior - a presença perfeita na qual podemos confiar. Despertar esta mente natural, esta natureza búdica, é sobre o que a meditação se ocupa.



Retirado do livro: O Despertar do Buda Interior, autor: Lama Surya Das, editora Rocco

Um comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...