11 de out. de 2011

Maha-Mangala Sutta: A Proteção Suprema


Sutta Nipata II.4

Maha-Mangala Sutta: A Proteção Suprema


Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Savathi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Então, quando a noite estava bem avançada, uma certa devata com belíssima aparência que iluminou todo o Bosque de Jeta, se aproximou do Abençoado. Ao se aproximar ela homenageou o Abençoado e ficando em pé a um lado a devata disse:

- Muitos devas e seres humanos desejando a felicidade,pensam na proteção. Diga-me então, qual é a proteção suprema?

O Buda (responde):

- Não se associar com os tolos,
associar-se com os sábios,
demonstrar respeito àqueles dignos de respeito:
Essa é a proteção suprema.
Viver num local adequado,[1]
ter realizado méritos no passado,
portar-se de maneira correta:[2]
Essa é a proteção suprema.
Conhecimento amplo e habilidade,[3]
bem treinado na disciplina,[4]
linguagem proveitosa: [5]
Essa é a proteção suprema.
Sustentar o pai e a mãe,
zelar pela esposa e filhos,
dedicar-se a uma ocupação pacífica:
Essa é a proteção suprema.
Generosidade, conduta íntegra,[6]
auxiliar os parentes,
praticar ações que não sejam passíveis de censura:
Essa é a proteção suprema.
Evitar e abster-se daquilo que é ruim e prejudicial;
abster-se do que provoca embriaguez,
estar atento às qualidades da mente:
Essa é a proteção suprema.
Respeito e humildade,
satisfação e gratidão,
ouvir o Dhamma em ocasiões oportunas:
Essa é a proteção suprema.
Paciência e obediência,
visitar os contemplativos,
discutir o Dhamma em ocasiões oportunas:
Essa é a proteção suprema.
Autocontrole, uma vida santa casta,
compreender as Nobres Verdades,
realizar Nibbana:
Essa é a proteção suprema.
Uma mente que não é tocada
pelas vicissitudes do mundo,[7]
livre da tristeza, purificada das impurezas, libertada do temor:
Essa é a proteção suprema.
Aqueles que assim agem,
sempre invencíveis,
estabelecidos na felicidade:
Para eles essas são as proteções supremas.


Notas:
[1] Qualquer local no qual residam monges, monjas e discípulos leigos; no qual pessoas devotas se dedicam a praticar as dez ações meritórias, e onde o Dhamma exista como princípio de vida.
[2] Tomar a decisão correta de abandonar a não virtude em favor da virtude, a ausência de fé em favor da fé e o egoísmo em favor da generosidade.
[3] Habilidade para realizar as tarefas de um chefe de família ou de um monástico, sem causar dano a ninguém e sem que nada de ruim seja feito.
[4] Vinaya significa disciplina nos pensamentos, linguagem e ação. O comentário fala de dois tipos de disciplina – do chefe de família, que compreende abster-se dos dez tipos de ações ruins e prejudiciais (akusala-kammapatha), e dos monges que é seguir as regras do Patimokkha, o código de disciplina monástica.
[5] A linguagem proveitosa é aquela que é oportuna, verdadeira, amistosa, benéfica e dita com pensamentos de amor bondade.
[6] Conduta íntegra é praticar as dez ações benéficas (kusala-kammapatha) com os pensamentos, linguagem e ação: libertar a mente da cobiça, má vontade e entendimento incorreto; evitar a linguagem mentirosa, maliciosa, grosseira e frívola; e não matar, roubar, praticar atos sexuais inapropriados.
[7] As vicissitudes do mundo são oito em número: ganho e perda, fama e má reputação, elogio e crítica, alegria e tristeza. Este verso se refere ao estado mental de um arahant.




Retirado do site:ACESSO AO INSIGHT (http://www.acessoaoinsight.net/sutta/SnpII.4.php)

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