30 de dez. de 2010
Não Fixar a Mente
O esforço de não fixar a mente num único lugar - eis a disciplina.
Supõe que a mente se mova pelo corpo inteiro. Quando a mão é chamada a ação, deve usar a mente que esta na mão. Quando o pé é requisitado, deve-se usar a mente que está no pé. Mas supõe-se que determines um único lugar onde situá-la, quando tentares tirá-la desse lugar, ela permanecerá ali.Ela não terá função.
Não a situando em lugar nenhum, ela está em todo lugar. Mesmo movendo a mente fora do corpo, enviando-a uma determinada direção, ela estará ausente das outras nove. Quando não se restringe a uma direção única, está presente nas dez.
A Mente Reta é a mente que não permanece em um lugar determinado, é a mente que se estende por todo o corpo e por todo o ser.
A Mente Confusa é aquela que, pensando em alguma coisa, congela-se num únco lugar.
A mente que enrijece e se fixa num determinado lugar não funciona livremente!.
Fragmentos do livro: A Mente liberta, autor: Takuan Soho
27 de dez. de 2010
Projetistas fazem canais, arqueiros airam flechas, artífices modelam a madeira e o barro, o homem sábio modela-se a si mesmo. (Buda Gautama Sakyamuni)
21 de dez. de 2010
Miyamoto Musashi: Posturas (Kamae) do Niten Ryu Kenjutsu
19 de dez. de 2010
A Prática de Gratidão (Monja Isshin)
A Prática de Gratidão
Talvez o exercício mais profundo no Budismo seja a prática de Gratidão. Imagine passar um dia inteiro agradecendo cada pessoa que encontra e cada acontecimento! Obrigada, obrigada, obrigada. Saio da cama e vejo que está chovendo lá fora – obrigada. Encontro o meu marido, sonolento, com a barba por fazer – obrigada. Preparo o café da manhã – obrigada. Como o pão de cada dia – obrigada. Entro no carro e dou partida no motor – obrigada. Um motorista apressado me fecha no trânsito – obrigada.
O quê??? Vou agradecer o cara que me fecha no trânsito, quase causando um acidente???
Sim! Vou agradecer! Talvez na hora nem consiga imaginar um motivo para ter gratidão – simplesmente vou fazer a minha prática de agradecer todas as pessoas e todos os acontecimentos.
Lembro me de quando iniciei a prática de Aikidô. No final das aulas, havia um exercício chamado “jiu-waza”, onde, um por um, os alunos tentam atacar o mestre e recebem as técnicas de defesa. O nosso professor honrava até os mais novos principiantes com a oportunidade de passar por este treinamento. No meu primeiro dia de aula, confesso que fiquei paralizada. Faltou coragem e não fui. No segundo dia, jurei para mim mesma que iria, custasse o que custasse – e fui. No final do exercício, tinha que fazer uma reverência e agradecer – em japonês – “arigatô gozaimashita”. Gente, que prática maravilhosa!
Entortava a língua com aquelas palavras estranhas que mal conseguia lembrar. E, de tanto medo que tive – medo de me entregar, de aceitar que alguém me jogasse ao chão, que me aremessasse para longe – gente, alguém vai achar que, no início, eu encontrava qualquer espírito de gratidão? É claro que não! Mas, o exercício era justamente isto – fazer uma reverência e agradecer. Dentes cerrados, entortava a língua e forçava aquelas palavras a saírem da minha boca. E aí que começou a operar-se um milagre!
Mesmo forçando o agradecimento, o simples ato de agradecer abria o meu coração, pouco-a-pouco. Até o meu subconsciente começou a ficar curioso para entender o que havia lá para agradecer, pois, inicialmente, só percebia o medo de ser machucado. Esta curiosidade me ajudou a observar melhor os outros colegas, quando iam para o “jiu-waza” – e perceber o prazer deles. Aos poucos, agradecendo cada exercício, comecei a perceber que o agradecimento vinha menos forçado. Começou a sair com facilidade. O “jiu-waza” em si começou a se tornar divertido! Aos poucos, o agradecimento começou a ser a partir do coração. Tinha descoberto o que havia ali para agradecer – e agradecia mesmo, do fundo do coração! Até hoje, sinto uma profunda gratidão por tudo que aprendi do meu mestre de Aikidô, tudo que aprendi com a prática de Aikidô.
Então, se, inicialmente, alguns de nossos agradecimentos possam sair forçados, a contra-gosto, mesmo assim, a Prática de Gratidão vai operar os seus milagres. Agradecendo, começamos a perceber mais e mais coisas a agradecer. Agradecendo, o coração se abre. Agradecendo, começamos a perceber o quanto temos para agradecer. Começamos a descobrir que até as situações difíceis têm um lado positivo a ser agradecido.
O motorista que me dá uma fechada no trânsito me dá uma oportunidade de treinar os meus reflexos e habilidade como motorista, também me dá uma oportunidade de treinar a minha compaixão com o exercício de me identificar com ele e com a pressa que o levou a me fechar. Oferece uma oportunidade de agradecer o Universo, o Sagrado, por ter me protegido, pelo fato de que houve um canto para eu encostar para escapar da fechada. Uma oportunidade de agradecer pelo fato que não aconteceu nada grave, de agradecer pela vida que tenho. De agradecer que tudo correu de tal forma que eu pudesse praticar a Generosidade e dar espaço para uma pessoa que, por algum motivo, estava com muito mais pressa do que eu.
A Prática de Gratidão faz parte da abertura do Coração de Compaixão. Mas, não é por isso que vamos nos fazer de capacho e deixar um agressor impune. É uma diferença de atitude, de postura interna que estamos desenvolvendo, mesmo que, às vezes, ações firmes se tornem necessárias. Mas podemos ter gratidão e compaixão até por um agressor – mesmo mandando ele preso, por exemplo – pois temos a oportunidade de nos fortalecer, enfrentando dificuldades. Lembro dos relatos dos monges tibetanos, exercitando o seu poder de compaixão enquanto passavam por torturas nas mãos dos chineses.
Não temos como negar que as pessoas que cultivam o Coração de Compaixão e a Gratidão são as pessoas mais felizes no mundo. Essa sabedoria milenar finalmente vem sendo provada cientificamente.
Como diz a Dhammapada: “Ódios nunca cessam pelo ódio nesse mundo; através somente do não-ódio eles cessam. Essa é uma lei eterna.”
Não é pela raiva que cessa a raiva – é somente pela não-raiva que a raiva cessa. E a Gratidão é um grande remédio para a “raiva” e “ódio” – uma grande parte da prática da “não-raiva”, do “não-ódio”.
Imagine passar não somente um dia inteiro agradecendo todas as pessoas e acontecimentos – imagine passar uma vida inteira agradecendo – banhando-se constantemente da energia da Gratidão e da Alegria de Viver! Um dia atrás de outro. Convido você a experimentar isto!
Que os méritos de nossa prática se estendam a todos os seres e que possamos todos nos tornar o caminho iluminado.
Gassho
(Publicado em Compaixão Zen Budista, Meditação em Porto Alegre, Prática Zen Budista, Preceitos Budistas, Zen Budismo em Porto Alegre)
http://monjaisshin.wordpress.com/2007/07/04/a-pratica-de-gratidao/
16 de dez. de 2010
Chado - A Arte do Caminho do Chá
O grande mestre Rykyu declarou certa ocasião:
"A arte do Caminho do Chá consiste em apenas ferver a água, preparar o chá, e bebê-lo."
Que fácil parece, que simples! e, no entanto, muito pouco são os que descobrem como "viver" a vida, como libertar-se da tirania das coisas, como entregar-se completamente a "algo" e, absorvido nesse seu afazer, excluir qualquer pensamento ou medodas circunstâncias externas e irrelevantes. Compreender que "o Um está no Todo e o Todo está no Um" é compreender que o Todo não pode ser dissociado do Um: essa é a experiência última desse caminho.
Fragmento retirado do prefácio do Livro: O Zen na arte da cerimônia do Chá.Autor: Horst Hammitzsch. Editora Pensamento.
14 de dez. de 2010
Aiki - Kiai
Nas artes marciais, o Aiki existe simultaneamente com o Kiai. O termo kiai é explicado frequentemente e usado de várias formas, mas pode geralmente significar estar inspirado para agir com ki. Todos os sistemas enfatizam a sua importância.(KIAI pode ser tanto o estado mental quanto a forma física, manifestada como um grito com espírito). Costuma-se dizer que, com um bom kiai, um levantador de pesos pode aumentar o limite do que consegue levantar em até quinze por cento.
O renomado mestre de kendô Sasaburo Takano escreveu certa vez:
- "O kiai deve ser aprimorado sempre. O aprimoramento do Kiai é o aprimoramento do espírito. O kiai é a harmonização de um ki com o outro ki, a união de duas forças espirituais. Usa o ki pra atingir o ki".
Qualquer pessoa que realmente aprenda esse princípio será capaz de controlar um oponente sem ao menos tocá-lo, e existiram mestres nas artes marciais que possuíam essa espantosa habilidade. Sua compreensão e domínio do ki permitiu que eles atingissem um plano espiritual mais elevado.
Fragmento retirado do livro: As Raízes Secretas do Aikido, Autor: Shiro Omiya
12 de dez. de 2010
Estudos Marciais: Sincronia
"A sincronia eficaz não implica necessariamente a velocidade. A resposta tem que estar em relação direta com a situação do outro. A sincronia é processo e paciência, na espera de uma vantagem. Ela une e depois cria uma abertura. Acelerar o processo destrói a sincronia. è fácil compreender por que, na sincronia, a lentidão excessiva deve ser evitada. Estaremos postados na linha de ataque, vulneráveis à espada. Entretanto, se iniciarmos o movimento muito cedo, antes de que o ataque se complete, a vatagem ficará com o inimigo. Teremos acelerado o processo. Mesmo que o movimento seja impecável em sua execução técnica, a nossa posição se revelou. A essa altura a direção do ataque pode ser mudada facilmente, o inimigo acompanhará e acertará o golpe. A sincronia perfeita consiste em encontrar o inimigo de sorte a ficar frente a frente com sua fraqueza. É quando da plenitude do ataque que ele se torna mais vulnerável, porque está inteiramente concentrado no ato de atacar. Todo o poder e energia do seu corpo e espírito estão nesse ato; a direção foi descidida e já não pode ser alterada. A mente do ataque é fraca porque o espaço espiritual está preenchido pelas vibrações de ataque e não há lugar para defesa. O momento de maior força é o momento de maior fraqueza. Devemos juntar-nos abertamente a esse ritmo, sem medo, sem apego à vida, preparados para morrer".
Livro:Aikido e a Harmonia da Natureza, autor: Mitsugi Saotome
Livro:Aikido e a Harmonia da Natureza, autor: Mitsugi Saotome
10 de dez. de 2010
Kenjutsu-Taijutsu / Taijutsu-Kenjutsu
"Quando praticarmos com as mãos vazias (Taijutsu) devemos ter constantemente a ilusão de que temos uma espada em nossas mãos".
9 de dez. de 2010
Estudos Marciais: Hontai Yoshin Ryu (Taijutsu)
7 de dez. de 2010
Shorinji Kempo: Atemi
Num confronto REAL...
"Em uma luta real, o Aikido é 70% atemi e 30% arremesso." Morihei Ueshiba
Fragmento retirado do livro: Aikido Shugyo,Harmonia no Confronto. Autor: Gozo Shioda
5 de dez. de 2010
Kami Shitoe
Quando o adversário golpeia, Não importa quão violento seja o ataque, se você estiver fora do alcance nenhum ferimento receberá. Se mudar de posição, o golpe passará sem tocá-lo. Kami shitoe é uma expressão japonesa frequentemente empregada para ilustrar este princípio, o espaço equivalente a espessura de uma folha de papel. Num dos lados da folha está o caractere para morte, mas no outro lê-se vida.
2 de dez. de 2010
Fique de Pé!
“Seja alegre e não busque ajuda externa nem a tranqüilidade que os outros dão. Um homem deve ficar de pé e não ser mantido de pé por outros.” Marcus Aurelius
Assinar:
Postagens (Atom)